
Imagem: Imagem gerada por IA
Mesmo sendo da área, quase caí num golpe durante o lançamento de infoproduto
As pessoas realmente não têm mais paz, principalmente no mundo digital. Com tantos avanços tecnológicos, a cada dia surgem novas formas de aplicar golpes, e os alvos, agora, não são apenas os desavisados, mas até mesmo os que trabalham na área. Digo isso com propriedade porque quase fui vítima de um golpe muito bem articulado durante uma campanha de Black Friday.
Tudo começou quando fui impactada por um anúncio de um infoprodutor da minha área de atuação. A oferta me chamou a atenção: tratava-se de um lançamento relevante, com conteúdos que me interessavam e poderiam agregar ao meu trabalho. Fiz o cadastro normalmente e, como de praxe, fui direcionada ao grupo oficial do expert no WhatsApp para receber as comunicações. Até aí, tudo certo.
O problema começou logo após minha entrada no grupo. Fui chamada no privado por um número que supostamente era da equipe comercial do infoprodutor. A mensagem dizia que meu número havia sido selecionado entre 100 pessoas para receber acesso vitalício a todos os produtos do especialista antes de todo mundo. Segundo eles, o valor original de todos os cursos somados ultrapassava R$ 5 mil, mas, como parte da ação promocional, estavam oferecendo tudo por R$ 497, com validade de apenas 30 minutos.
Até aí, eu já estava desconfiada, afinal, conheço o mercado e sei que esse tipo de acesso dificilmente seria ofertado assim, de forma tão aleatória. Mas os golpistas foram além. Recebi um áudio com a voz do próprio infoprodutor, reforçando a urgência da oferta. Só que, na verdade, era um áudio gerado por inteligência artificial. A manipulação foi tão convincente que por alguns minutos eu duvidei da minha própria experiência.
Cliquei no link enviado e fui direcionada para um checkout aparentemente profissional. Mas aí vieram os sinais vermelhos: a única forma de pagamento disponível era via PIX. Nada de cartão, boleto ou qualquer outra opção comum em plataformas consolidadas como Hotmart, Eduzz ou Sympla.
Foi nesse momento que resolvi parar e olhar com mais calma. O link no navegador não era de uma plataforma confiável, e, mesmo assim, poucos minutos depois o número me chamou de novo, perguntando se eu já tinha realizado o pagamento. Quando respondi que havia desistido, nunca mais recebi retorno.
Em seguida, entrei em contato com a equipe oficial do expert, e veio a confirmação: sim, golpistas estavam se passando por membros da equipe, infiltrados no grupo para aplicar esse tipo de fraude.
A partir desse episódio, resolvi compartilhar minha experiência, porque, se eu que trabalho com esse tipo de produto, quase caí, imagina quantas pessoas podem estar sendo enganadas por esse esquema?
O que observar para não cair nesse tipo de golpe:
- Verifique o domínio do site no navegador. Plataformas confiáveis usam endereços com final .com.br ou domínios já consolidados no mercado. Cuidado com variações como ".net", ".store", ".info".
- Desconfie de preços baixos demais. Se a oferta for muito boa para ser verdade, desconfie. Pode ser um sinal claro de golpe.
- Pagamentos só via PIX? Desconfie. Infoprodutos sérios oferecem gateways de pagamento com múltiplas opções (cartão, boleto, parcelamento).
- Confirme se o produto será entregue por e-mail. Essa é uma prática comum e segura nas plataformas reconhecidas.
- Nunca clique em links vindos de fontes não verificadas, especialmente em mensagens privadas ou disparos no WhatsApp.
- Nunca envie dados pessoais, senhas ou códigos via mensagem. Equipes profissionais nunca pedem esse tipo de informação fora do ambiente de checkout.
- Tenha antivírus instalado e mantenha seus dispositivos atualizados.
Desde a pandemia de 2019, a digitalização do consumo de conteúdo disparou, e com ela vieram também os oportunistas. A cada nova estratégia de marketing legítima, parece que os golpistas estão logo atrás, replicando os métodos com intenções criminosas.
Por isso, a regra é simples, mas vital: desconfie. Tenha cautela, verifique os detalhes, questione a urgência. Se tiver dúvidas, procure ajuda de alguém com experiência ou entre em contato diretamente com o infoprodutor pelos canais oficiais.
E acima de tudo, denuncie. Reportar esses casos ao Procon e aos canais apropriados pode evitar que mais pessoas sejam enganadas.
Afinal, no mundo digital de hoje, informação é nossa melhor defesa.
Autor: Patrícia Loureiro Steffanello
Sócia-fundadora da Life Marketing e Comunicação
Copywriter, Especialista em Neuromarketing e Marketing Estratégico
@patisteffanello | 💼
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